segunda-feira, 29 de junho de 2009

Requiem para mim


Não sou Elis, nunca foi Jobim, nunca foi amante da Marilyn Monroe, nunca beijei John Lennon (mesmo achando ele sexy) nem tentei dançar que nem o Jackson, nunca beijei a Madonna, nunca segui meus sonhos porquê mesmo pais me aconselharam que não daria certo, eu nem tentei mais sonhar (era o que meu pai me ensinou), não enfrentei os nazista, não protestei pela corrupção, eu não fiz revoluções, não usei maconha, não bebi nos dias santos, não faltei a nenhuma missa dos domingos, nunca deixei de ajudar o próximo, só usei produtos de marcas e nunca contrariei a nenhum perdão, quando alguém me machucava eu pedia perdão, ajudei a todos mesmo que atrapalha-se minha vida, rezei um terço todos os dias, casei virgem, mesmo sendo homem, eu bebi coisa que não sei como foram feitas, eu vesti coisa que tinha palavras que nem sei o significado. Envelheço lentamente e ainda não fiz nada que eu me orgulhasse, todos os dias eu adio o dia que eu farei a revolução, que usarei roupas coloridas, que serei vegetariano, que beberei até não sair sem ser arrastado, adio o dia que me pintarei de palhaço e saírem nas ruas para brincar comigo e com todos! O que adianta frequentar a igreja e ser tudo o que a sociedade manda se eu não gosto de igreja, se eu não amo minha mulher e eu não entendo nada de economia nem de carro? Eu sou tudo aquilo que os outros pedem, mas eles não são nada daquilo que eu peço, nada daquilo que me agrade. Quando foi que me matei?

Nenhum comentário:

Postar um comentário